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Por g1
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi à cadeia nacional de rádio e TV na noite desta quinta-feira (27) para anunciar uma série de medidas que o governo vai propor para economizar R$ 70 bilhões em gastos públicos nos próximos dois anos.
Dentre as medidas estão uma regra nova para limitar o crescimento anual do salário mínimo, uma intenção de combater os supersalários no funcionalismo público e uma maior restrição ao abono salarial — uma espécie de 14º salário para trabalhadores pobres.
O governo já vinha discutindo a medida há meses, e agora apresentou o plano para a sociedade. O objetivo é tentar conter o rombo das contas públicas e demonstrar compromisso com a responsabilidade fiscal.
Uma entrevista coletiva foi marcada pela equipe econômica para a manhã desta quinta-feira (28) para dar detalhes da medida. O mercado não recebeu bem o anúncio, e o dólar atingiu seu maior valor nominal (descontada a inflação) do período do real como moeda.
Veja abaixo os principais pontos do que Haddad. Importante lembrar que as medidas ainda precisam passar pelo Congresso para começarem a valer:
Salário mínimo
O valor continuará subindo acima da inflação, segundo o ministro Haddad, mas dentro das regras do arcabouço fiscal, ou seja, com um limite de até 2,5% ao ano (acima dos índices inflacionários).
Atualmente, não há esse limite, o mínimo é reajustado pela inflação do ano anterior e pelo PIB de dois anos antes. Com isso, haverá limitação do ritmo de crescimento sempre que o PIB subir acima de 2,5% dois anos antes.
Imposto de Renda
Aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas dos atuais R$ 2.824 para R$ 5 mil. Ou seja, quem ganha até R$ 5 mil por mês, não pagará mais Imposto de Renda, se a medida for aprovada. Vai valer a partir de 2026.
Essa medida não vai cortar gastos. Mas foi incluída no pacote a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que queria compensar os cortes orçamentários com uma iniciativa que pudesse ter um caráter mais popular.