Essa vai para os que insistem em circular pela cidade de Curitiba com a janela do carro escancarada.
Izabel estava em horário de almoço, na região do Largo da Ordem. Ela já tinha pago algumas contas e agora voltava sem pressa para o escritório. No conforto do seu carro, ouvia a 98 baixinho, com uma música que combinava com a tarde ensolarada.
Foi quando tudo escureceu.
Ao parar no sinaleiro, ela sentiu um forte soco, seguido de um apagão momentâneo. Em segundos, foi agredida, arrancada do carro e jogada de qualquer jeito na rua de paralelepípedos. Quando começou a entender que haviam roubado o seu carro, sentiu uma dor absurda e ficou desesperada ao perceber que não conseguia fechar a boca.
Trazida ao pronto-socorro, ela foi encaminhada direto para a radiografia, o que revelaria tratar-se de uma luxação bilateral de mandíbula. Isso significava que seu maxilar inferior havia se desprendido por completo do resto do crânio.
Olhando aquele raio-x, até eu fiquei de boca aberta.
Nem sempre é fácil colocar a mandíbula em seu lugar. Muitas vezes é necessário anestesiar o paciente no centro cirúrgico e realizar um procedimento chamado ‘redução’. Depois disso, a recuperação costuma ser dolorosa, com desconforto e dificuldade de deglutição.
Então, que tal inovarmos uma vez na vida e aprender com o erro dos outros?
Numa cidade em que – entre furtos e assaltos – 25 veículos somem todos os dias, me parece lógico que somos reféns da violência.
Em poucas palavras, os bandidos estão livres por aí.
Nós não estamos.
Pensa nisso, até a próxima, se cuida.
“
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