Dias desses, atendi a uma paciente com pressão alta. Na verdade, sua pressão estava lá nas alturas, com um valor astronômico de 23 x 12 mmHg.
– Que bom, assim eu morro logo – falou a senhora de 62 anos, debochando por completo da notícia.
Nosso país conta com um exército de 30 milhões de hipertensos. Além de não saberem disso, muitos têm uma noção equivocada da doença, acreditando que o principal risco seja o infarto do coração.
Não é bem assim.
Quando o coração trabalha sob alta pressão, uma das consequências pode ser o derrame, também conhecido por acidente vascular cerebral (AVC). Em poucas palavras, o sangue chega com tamanha força no cérebro que seus vasos acabam sofrendo algum tipo de prejuízo.
O resultado usualmente não é a morte, mas sequelas neurológicas que podem condenar a pessoa a uma cama por décadas. Dependendo da extensão do AVC, a pessoa não consegue falar, se alimentar, caminhar e precisa de ajuda para coisas simples, como banho e troca de fraldas.
É quando acontece o que chamamos de tragédia familiar, pois alguém precisará cuidar dessa pessoa. Alguém de casa terá que parar de trabalhar ou estudar ou então alguém precisará ser contratado para cuidar do doente, comprometendo, muitas vezes, o orçamento da família.
A pressão alta pode dar dor de cabeça, palpitações, dor no pescoço, sensação de peso nas pernas… contudo, em muitos casos, ela pode se manifestar de maneira perigosamente silenciosa.
Muitos casos parecem estar relacionados com os ‘privilégios’ da vida moderna. Aumento da expectativa de vida, sedentarismo, obesidade, estresse, alimentação descuidada…
E a sua pressão arterial, como está?
Na dúvida, meça ela hoje. Seja no postinho de saúde ou em alguma farmácia. Caso ela esteja acima de 12 x 9, procure seu médico o quantos antes.
Pense nisso, até a próxima, se cuida.
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